segunda-feira, 30 de agosto de 2010

- Churrasco do Pescador & Causos de pescador

Churrasco de pescador - Causos de pescador


                                 (Página em homenagem  ao André e ao  Marcelo da Editar)

8 pessoas (metade de tudo para 4 pessoas)


Ingredientes
• 2,4 kg de costela de ripa limpa (com pouca carne)
• 1/2 kg de linguiça de porco
• ½ de linguiça calabresa
• Pimenta calabresa ou malagueta se preferir
• Temperos com muito alho e cebola. Finalmente, cheiro verde. Cuidado com o sal, pois a linguiça já tem sal
• Enfeites a gosto: galhos de salsa, hortelã, pimentas dedo-de-moça, pimentões etc.


Modo de Preparo


 Numa panela de pressão (7,5 litros) faça camadas com costela de ripa limpa (com pouca carne) alternando com linguiça de porco e calabresa.

Obs: para cada camada de costela coloque 4 gomos de linguiça (todas furadas com um garfo) e a calabresa cozida e descascada cortada em rodelas.


 Termine com uma camada de linguiças.
 Tampe a panela e leve em fogo médio. Assim que pegar pressão, deixe cozinhar por 35 minutos.
 Retire a pressão, abra a panela, retire as carnes e despreze um pouco da gordura que se formou. Coe o molho.
Observações: se for utilizar linguiça com pouca gordura, o caldo que se forma será bem ralo. Para retirar a gordura, coloque sobre o caldo um saco plástico com gelo. A gordura gruda no saco e fica mais fácil retirá-la.
            Se quiser, nessa hora, coloque a camada de cima de carnes na panela e deixe no fogo por mais alguns minutos.
Sirva o churrasco com o molho coado, arroz branco, farofa e vinagrete.


Pulo do Gato

Dica de pescador: para a carne ficar mais dourada, retire a carne que está no fundo da panela e coloque mais 10 minutos no fogo.



                 Humor
Personagens (fictícios, exceção de André e Marcelo) _ Qualquer semelhança é mera coincidência.
- André (não bebia demais) o inventor do churrasco feito na panela de pressão. Coisa de pescador mesmo... Se não fosse o André este livro não teria sido uma realidade.
- Erasmo, meu amigo filósofo e assessor, além de observador e um grande contador de causos.
- Marcelo – também da Editar, amigo e sócio do André e a quem, também, reconheço a competência na arte do Photoshop, CorelDRAW e a tudo que se necessita para editar um bom livro. Obrigado, Marcelo, por tudo. Ele não foi à pescaria, mas estava, assim como eu, a escutar os causos na reunião.
- Marcinho não só pescava como comprava peixes e bebia pinga.
- Chico seu companheiro de pescaria. Um pinguço danado.
- Cacá, o sóbrio. Deus tá vendo!!!
- Cláudio é cozinheiro e o maior manguaceiro de todos
- Zé Amigo (motorista e mecânico)


            Há tempos já usavam um ônibus leito, por eles adaptado com oito poltronas-cama, toldo externo, salão de jogos, cozinha e diversos freezers, e todo ano se mandavam para o pantanal.
Tudo que estou relatando, é por ouvir dizer, principalmente do contador de causos.
Logo de cara já me contaram que aquele era um grupo de amigos que todo o ano ia pescar e, para que as férias ficassem completas, cada um levava uma namorada diferente. E essa rotina se repetiu durante vários anos consecutivos até que um belo dia as esposas deles decidiram acompanhá-los e não houve Cristo que as fizesse mudar de ideia.
Sempre que chegavam à beira do rio, eram recebidos pelos índios. Assim que desceram do ônibus os índios viram as esposas dos pescadores e comentaram:
- Caramba! Que bagulhada horrível trouxeram desta vez!!!
            Tem hora que tinham que beber e também de comer, né? Contou o Erasmo quando se reuniu com sua turma de volta à cidade. A água da palavra também tinha que ser experimentada.
            Para mostrar de como é a amizade masculina e feminina, relatou que, antes de sair para a pescaria, sua esposa passou uma noite fora de casa. Na manhã seguinte, explicou-lhe que tinha dormido na casa da melhor amiga. Ele, então, telefonou para dez das suas melhores amigas. Nenhuma delas confirmou. Na semana anterior ele passou uma noite fora de casa. Na manhã seguinte, explicou à mulher que tinha dormido na casa do seu melhor amigo, um desses da pescaria. A esposa, então, telefonou para dez dos seus melhores amigos. Sete deles confirmaram, e os três restantes, além de confirmarem, garantiram que ele ainda estava lá.


Arrematou agradecendo a todos o apoio dizendo: você conhece o relacionamento entre seus dois olhos? Eles piscam juntos, eles se movem juntos, eles choram juntos, eles veem coisas juntos e dormem juntos embora eles nunca vejam um ao outro. A amizade deveria ser exatamente assim! A vida é horrível sem amigos. O Erasmo não é só filósofo de botequim. Quando tenho minhas dúvidas e meus problemas, recorro a ele. Tem resposta pra tudo. Há tempos descobri-lhe a competência. Sua fala mansa é cheia de saber e sempre com um toque de humor. Se quiser sacanear a seriedade, tem que ser com humor, disse-me certa vez.
Narrou que, na pescaria, o Cacá havia bebido muito por culpa do Doutor que lhe havia prescrito uma receita e ele só entendeu a última frase: pinga 3 vezes ao dia...
- O Chico falou que estava muito chateado porque sua esposa havia falecido por causa da bebida... foi atropelada por um caminhão da Brahma.
- O Cláudio, afirmou ao Doutor que só bebia um traguinho por dia.
- Um traguinho? O senhor é um alcoólatra!
- Não, senhor! Eu só bebo um traguinho. Acontece que depois que bebo um traguinho, me transformo em outro homem. Este sim é que é um pinguço!
            Vieram causos das compras de peixe pelo Marcinho e os elogios exagerados ao motorista Zé Amigo.

            Continuaram contando sobre o churrasco do pescador: o André colocou os ingredientes na panela de pressão e enquanto preparava o prato nos moldes desta receita, todos se serviam de uma pinga enquanto aguardavam. Conversa vinha, conversa ia e derrubavam mais outras doses da marvada. Depois de vinte minutos de espera queriam porque queriam abrir a panela de pressão. Já não falavam coisa com coisa: vamos colocar isso para assassinar, digo assar mais, vamos abir essa porra de tampa e rivirá tudo pra otra banda, tentar servir uma talagada e sentar na porta da geladiera, tanto faz, servir-se de uoooooooootra dose sarada da branquinha. Cozer, costurar, cozinhar, não, sim? Afastar-se 5 passos ou mais. Que bom sentarrr. Tirar a sacana da costela do forno ou panela, tanto faz. Tentar abrir novamente ao tampa, porquena brimeiranãnãnã, teenndadiiiiva nããão deeeeeuuuuuuu. Peagar o que caiu no jão, enxugar ofilhao da mãe com este pano de chão e jogá-lo num trato, ou um chato, ou um pandeja ou quaquer porra... pois avinal nem gosssssssssssssssssta dess porcaria mesmo...
A coisa é séria, mas a receita é muito gostosa já nos deliciamos com ela por diversas vezes.
Sobre os causos acredite se quiser... No entanto pode se esbaldar de rir...


“Cá entre nós, “Nunca ore suplicando cargas mais leves, e sim ombros mais fortes.”
                                                             (Philips Brooks)
Receitas Cultura Humor
Antônio Fábio



A mesma receita descrita pelo filósofo Erasmo, o contador de causos da pescaria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário